Safra 2025/26: sinergia de tecnologias acelera agricultura regenerativa

As máquinas já tomam conta das lavouras em estados como Paraná e Mato Grosso, que lideram o avanço da safra 2025/26.

Mas, mais do que plantar grãos, os produtores estão plantando as sementes do futuro do agronegócio brasileiro: quem tiver agilidade e presença no campo agora poderá converter isso em vantagem comercial, ao mesmo tempo em que fortalece a resiliência dos sistemas produtivos diante dos desafios climáticos.

Os obstáculos da agricultura moderna vão muito além da busca por produtividade.

Estresses abióticos — como altas temperaturas, déficit hídrico e eventos climáticos extremos — já impactam mais a agricultura brasileira do que os próprios estresses nutricionais e sanitários, segundo estudo publicado na revista Nature.

Esse cenário exige uma mudança de abordagem no campo: não basta apenas repor nutrientes ou defender plantas, é preciso integrar tecnologias e processos que regenerem o solo e construam sistemas produtivos mais sustentáveis.

Essa é a visão do Eng. Agrônomo Paulo D’Andrea, consultor técnico da Allterra, que defende a agricultura regenerativa como o caminho para uma nova etapa do agronegócio brasileiro.

“A produção agrícola resulta da interação de fatores genéticos, biológicos, físicos, químicos e energéticos. Cada um pode ser potencializado por tecnologias específicas, mas é a sinergia entre eles que sustenta a agricultura regenerativa”, explica o especialista.

De acordo com referências clássicas de Buckman & Brady e J. Janic, os fatores determinantes para o desenvolvimento vegetal se distribuem da seguinte forma:

• 55% Fator Físico: culturas de cobertura, plantio direto, bioestruturação, rotação de culturas e irrigação.
• 30% Fator Biológico: repositores e ativadores do microbioma do solo, inoculantes e biodefensivos.
• 8% Fator Genético: biotecnologia e melhoramento genético.
• 6% Fator Químico: fertilização mineral, corretivos, fertilizantes especiais, biofertilizantes e remineralizadores.
• 1% Fator Energético: zoneamento agroclimático e eficiência ambiental.

Um exemplo claro dessa integração é o uso do Microgeo®, tecnologia que recompõe o microbioma e amplia a biodiversidade microbiana do solo, associado aos fertilizantes especiais da TMF Fertilizantes, que fornecem cálcio, magnésio e micronutrientes essenciais.

Isoladamente, ambos já promovem ganhos relevantes; juntos, geram um efeito sinérgico que aumenta a eficiência nutricional, fortalece o perfil de solo em profundidade e mitiga perdas decorrentes de estresses bióticos e abióticos.

Outro conceito essencial é o One Health Microbiome, que conecta a saúde do solo à saúde das plantas, dos animais e dos seres humanos.

A perda de biodiversidade causada por sistemas de monocultivo não compromete apenas a produtividade, mas também a qualidade nutricional dos alimentos e, indiretamente, a saúde da sociedade e do planeta.

“Repor a vida no solo é essencial. Os microrganismos atuam na bioestruturação, na ciclagem e solubilização de nutrientes, na defesa natural das plantas e na estabilidade do ecossistema agrícola. Isso se traduz em alimentos mais equilibrados e em uma agricultura que dialoga diretamente com a saúde das pessoas”, reforça D’Andrea.

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