O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quarta-feira (27), que o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia será fechado mesmo sem o apoio dos franceses.
“Se a França não quiser, eles não apitam mais nada”, declarou durante o Encontro Nacional da Indústria (Enai). E acrescentou que espera que o agronegócio brasileiro cause raiva em deputado francês que critique os produtos vendidos para a Europa.
A fala rebate uma declaração dada na terça (26), pelo deputado francês Vincent Trébuchet, que provocou ira nos produtores brasileiros. O parlamentar afirmou que “nossos agricultores não querem morrer e nossos pratos não são latas de lixo”, em referência aos alimentos produzidos no Brasil. A preocupação do governo francês é que os agricultores do país percam competitividade se o acordo com o Mercosul foi aprovado.
A polêmica com a França começou há um mês, quando a Danone havia anunciado que não compraria mais soja brasileira, principal insumo para a produção de leite. Dias depois, a empresa desmentiu a informação por meio de uma nota.
Na última sexta-feira (22), houve dois episódios. Um envolvendo a Tereos. O CEO da marca, Olivier Leducq, publicou, no perfil dele no LinkedIn, críticas ao agronegócio brasileiro. E o CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, anunciou que as lojas francesas da rede não comprariam mais carnes brasileiras, sob a alegação de que o produto não é sustentável.
Como resposta, os frigoríficos brasileiros suspenderam o fornecimento para a rede também no Brasil, o que gerou uma retratação da França, com pedido de desculpas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do Brasil.