Alguns dos maiores frigoríficos brasileiros anunciaram, na última sexta-feira (22) à noite, que paralisaram o fornecimento de carne bovina e derivados para lojas da rede Carrefour no Brasil.
A decisão veio após a declaração do CEO do Carrefour, na França, Alexandre Bompard, de que o grupo deixaria de comercializar, na França, proteína animal advinda dos países do Mercosul, em apoio a agricultores franceses que protestaram contra o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.
A suspensão das entregas dos frigoríficos vale, também, para outras empresas do grupo – o Atacadão e o Sam’s Club. O boicote, que é apoiado pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, deve incluir, ainda, a carne de frango.
Entidades representantes do agro brasileiro disseram, em nota, que, apesar da declaração de Bompard citar apenas as lojas francesas, se a carne brasileira não serve para os franceses, não serve para abastecer o Carrefour em nenhum outro país. Elas aguardam uma retratação de Bompard.
Consumidores relatam que a carne já começa a faltar, o que foi negado pelo Carrefour – que, também por meio de nota, alegou que a informação é improcedente e que não há desabastecimento nas lojas.
Segunda polêmica
Essa foi o segundo caso envolvendo declarações negativas a respeito do agro brasileiro em um mês. Em outubro, o diretor financeiro da Danone, Jurgen Esser, afirmou que a companhia não utilizaria mais a soja, principal insumo para a produção de leite, cultivada em áreas desmatadas, incluindo o Brasil.
Após a reação de produtores brasileiros, a Danone emitiu uma nota afirmando que as compras continuavam normalmente.