A Ecotrace, startup brasileira que faz a rastreabilidade ponta a ponta de commodities com tecnologia baseada em blockchain e visão computacional, abriu uma captação de investimentos que pode chegar perto de R$ 2,5 milhões.
A rodada de equity crowdfunding (investimentos coletivos) está disponível na plataforma de investimentos em startups Captable. Pessoas físicas podem se tornar investidoras da agtech (startup que atua no agronegócio) com valores a partir de cerca de R$ 2 mil.
Por ser uma captação com emissão direta de ações, todos os investidores serão acionistas quando a mesma for finalizada e os trâmites documentais encerrados.
“É uma captação diferente da que costumeiramente acontece no mercado, porque, além de virar automaticamente acionista da empresa, o evento de liquidez se dá no mercado subsequente dentro da plataforma da Captable em uma área chamada Captable Marketplace”, explica Flavio Redi, cofundador e CEO da Ecotrace.
De acordo com a página da rodada no site da Captable, a agtech intenciona destinar o valor do aporte no desenvolvimento de novos produtos para aumentar o posicionamento no market share de rastreio de commodities, além de estruturar o time comercial e reforçar as ações de marketing.
Entre 2021 e 2023, a receita recorrente da Ecotrace aumentou 27 vezes e entre 2019 e 2023 o faturamento cresceu 11 vezes. Criada em 2018, a startup tem forte atuação na pecuária, com clientes gigantes do setor da proteína animal, como Frigol, JBS, SulBeef, Barra Mansa, Minerva, Rio Maria, Seara, Sampco, Swift, entre outros.
Segundo o CEO, Flavio Redi, 40% da carne exportada pelo país são rastreadas pela Ecotrace. Ainda no setor de proteína animal, a empresa iniciou neste semestre as operações da subsidiária Ecohalal, com projeções para atender 80% das exportações bovinas e 50% das exportações de aves com certificação halal.
Além da pecuária, a Ecotrace atua nos setores de couros, junto à Durli, e têxtil, com o rastreio de algodão para a Renner. De 2018 até julho de 2023, 12,3 milhões de cabeças de gado, 88 milhões de aves e 45 milhões de fardos de algodão passaram pelo sistema de rastreabilidade.
Desde o início das operações a Ecotrace levantou R$ 9,15 milhões em investimentos. Destes, R$ 6 milhões vieram da KPTL, por meio do Criatec 3, fundo de investimentos para micro e pequenas empresas inovadoras criado pelo BNDES e administrado pela gestora de venture capital.
Dentro desse valor também estão cerca de R$ 900 mil de fomento da Fapesp para desenvolver uma solução de inspeção visual de lesão em frangos utilizando visão computacional com inteligência artificial. Este investimento a fundo perdido é uma espécie de reconhecimento oficial do compromisso da startup com a área de P&D.
A presença constante da pesquisa aplicada para dentro das empresas é defendida há décadas pela própria Fapesp como forma de promover a competitividade e impulsionar a economia nacional.
Para se tornar acionista da Ecotrace e, caso não tenha perfil na Captable, é necessário fazer um cadastro prévio e gratuito como pessoa física na plataforma. Clicando em Ecotrace, escolha o número de cotas, sendo o mínimo dois lotes com 100 ações cada, e confirme a reserva transferindo o valor. Quando a captação for concluída, os lotes são transformados em ações imediatamente após o processo na Junta Comercial.
“Através da Captable, possibilitamos que investidores individuais participem diretamente do crescimento de startups que estão na vanguarda tecnológica e da sustentabilidade, como a Ecotrace. Este é um passo importante para fortalecer o ecossistema de startups brasileiro, permitindo que mais pessoas invistam em empresas que estão moldando o futuro de setores essenciais para nossa economia e sociedade”, afirma Paulo Deitos, CEO da Captable.