Não haverá nenhuma chance de gestão no agronegócio doravante sem a utilização da inteligência artificial e da tecnologia digital. Porém, por que existem aspas em “para um mundo cada vez mais analógico“?
O reitor do centro universitário do Instituto Mauá de Tecnologia, Professor Dr. José Carlos de Souza Jr., num debate sobre a digitalização no campo, afirmou que sim, “a tecnologia digital está a serviço de um mundo cada vez mais analógico, pois, entre o 0 e o 0,0001, existe o infinito. Entre o algoritmo y versus o x, existe o infinito, e a aceleração da sensibilidade humana precisará ser exponencial doravante”.
A nova cooperativa para os próximos 10 anos precisará ser transformada numa cooperativa com inteligência artificial e tecnologia digital. E isso não significa a substituição humana no cooperativismo. Muito ao contrário. Significará uma capilaridade plena de dignidade humana para todos.
Ao assumirmos uma cooperativa digital, estaremos nos comprometendo com a possibilidade de todos os cooperados obterem sucesso na gestão dos fatores controláveis. Estaremos diminuindo substancialmente as distâncias entre os mais capacitados e plenos de aptidões com outros de menor vocação e dom para esta inexorável fórmula de administração daqui para frente. E iremos permitir o desenvolvimento de atitudes de superação para que o universo dos cooperados prospere dentro de um jogo que agora exige precisão.
A nanotecnologia já vem para o cooperado codificada na nova semente, na genética animal, num estado evoluidíssimo da arte aplicada da ciência nos ambientes, nos microbiomas de cada propriedade rural. E na outra ponta do sistema de agronegócio, os consumidores finais irão conectar e contatar os seus originadores de alimentos, energia, fibras, flores, num progresso agro consciente, em que saúde, num aspecto amplo, passa a ser a nova síntese de todo esse complexo agroindustrial que é o maior negócio do planeta.
As cooperativas, por serem uma casa de essência humana e que compreendem o fio da história transformando os amargores da vida em saudáveis valores, além de assegurarem para todos os seus cooperados o potencial da gestão e da decisão tomada, com informações processadas na “velocidade da luz“, criando centros de gestão tecnológica, assistência digital e capacitação, irão se atentar para a visão do Dr. José Carlos.
As cooperativas irão integrar aos modelos digitais e de inteligência artificial o desafio dos desafios, que será desenvolver todas as famílias cooperadas, as equipes das cooperativas, técnicos, fornecedores e clientes, para dialogarem com os dígitos, com os algoritmos e sempre enxergarem o infinito ali existente entre cada impacto que o sistema revelar.
O mundo cada vez mais analógico pode ser representado por um consumidor distante, do outro lado do mundo, pegando com suas mãos uma embalagem de um produto da Lar Coop, como recebi numa foto que o Diogo Sezar, VP da Lar Coop, me enviou.
Ou mesmo na conversa que tive com Alexandre Dal Forno, dirigente da TIM, no evento Agroevolution, quando ficava óbvia a necessidade da existência de “sinal“ como fundamento obrigatório para os mais de 1 milhão de cooperados no país, e que seriam a justa atração para a inclusão de outros “milhões“ de pequenas propriedades, hoje excluídos do mercado e da tecnologia, na vida digna e do futuro de um cooperativismo para todos.
Inteligência artificial e cooperativa digital, da profundidade da ciência para a dignidade humana de “um mundo cada vez mais, nas suas profundezas, analógico”.