Apesar dos problemas climáticos enfrentados pelo Brasil, a safra de grãos 2024/25 deverá ser recorde, segundo a primeira estimativa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A estimativa é que a produção seja de 322,47 milhões de toneladas, 24,62 milhões de toneladas a mais em relação à safra anterior. A companhia também faz projeções para aumento da área cultivada, de 1,9%, que deve atingir 81,34 milhões de hectares.
O arroz deverá crescer 9,9% em área semeada, com destaque para o Centro-Oeste e o Sudeste. “A previsão é de que o Brasil volte ao patamar das maiores safras de arroz da sua história. Isso é o resultado do trabalho dos nossos produtores, em parceria com o Governo Federal, que voltou a elaborar políticas públicas para todo o campo agrícola brasileiro, contemplando pequenos, médios e grandes produtores”, afirma o presidente da Conab, Edegar Pretto.
A área de feijão também deve se expandir ligeiramente, de 2,86 para 2,88 milhões de toneladas da safra anterior para a atual. Já a soja deve ter incremento de 2,8%, com produção estimada em 166,05 milhões de toneladas. E o milho primeira safra poderá ter leve redução, de 1,1% em área cultivada e 5,4% em produção, com previsão de 3,76 milhões de hectares semeados e colheita de 22,72 milhões de toneladas.
Confira outras perspectivas, conforme levantamento publicado pela Conab:
Culturas de inverno – A primeira expectativa de produção acima de 12 milhões de toneladas para as culturas de inverno não se confirmou, influenciada principalmente pelas condições climáticas registradas nas regiões produtoras. O trigo, principal cultura dentre os cultivos de inverno, teve a previsão de safra reduzida para 8,26 milhões de toneladas neste levantamento. Problemas no clima durante todo o ciclo, sobretudo no Paraná, como estiagem no início, a falta de clima frio predominante, ocorrência de dois períodos de geadas em agosto e de doenças justificam tal redução. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina o cenário é mais positivo.
Mercado – Com a perspectiva de maior disponibilidade interna de arroz, os preços do produto no mercado interno devem seguir um comportamento de arrefecimento, mas, mesmo com a possível queda, deve-se manter a rentabilidade ao produtor. A alta na produção também possibilita tanto uma elevação nas exportações do grão, que podem chegar a 2 milhões de toneladas, como um aumento nos estoques de passagem ao final da safra 2024/25, estimada em aproximadamente 840 mil toneladas.
Para o milho, as atenções se voltam para a safra de verão do cereal cultivado na América Latina. Brasil e Argentina, os principais produtores do grão na região, devem reduzir a área destinada para a cultura neste primeiro momento, e essa menor oferta sul-americana pode refletir em uma recuperação nos preços no mercado externo. A
Apesar da redução na primeira safra do cereal, a Conab prevê uma produção total de milho em 119,7 milhões de toneladas, um acréscimo esperado de 3,5%, comparada ao ciclo anterior. As exportações estão projetadas em 34 milhões de toneladas no ciclo 2024/2025 e a demanda no mercado interno pelo grão deverá se manter aquecida, devido ao bom desempenho do mercado exportador de proteína animal e pela produção de etanol.
Já para a soja, as exportações para 2025 estão projetadas em 105,54 milhões de toneladas do grão, com base no aumento da produção e da demanda mundial, especialmente da China. Os estoques finais estão estimados em 4,16 milhões de toneladas.
No caso do trigo, os danos causados pelas adversidades climáticas no Paraná influenciam na valorização dos preços do cereal no mercado doméstico. O clima adverso em outras importantes regiões produtoras no mundo, bem como os conflitos geopolíticos enfrentados também foram fatores para a alta nas cotações verificada pela companhia.
Outras informações sobre o 1° Levantamento da Safra de Grãos 2024/25 podem ser obtidas no Portal da Conab.