Os preços agrícolas, tanto da soja quanto do milho, caíram mais rápido do que os custos de produção, o que deve impactar fortemente na rentabilidade do produtor de grãos nesta safra recorde e também no ciclo 2023/24.
O alerta foi dado nesta terça (04) pela Aprosoja Brasil (Associação Brasileira dos Produtores de Soja) e pela Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho).
“Tivemos momentos bons lá atrás, mas a safra que está sendo colhida tem um custo doloroso porque os preços dos grãos caíram bem mais do que os dos insumos. Em Sinop (MT), já tem milho sendo vendido a R$ 26 a saca. Quem não fixou nada para cobrir os custos, ficou com um prejuízo bem maior”, resumiu o presidente da Aprosoja, Antonio Galvan.
Mauro Osaki, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, explicou que o produtor de grãos costuma comprar o fertilizante bem antes do início da lavoura. No entanto, nesta temporada, o agricultor viu seu poder de compra ruir com a depreciação do preço da soja.
Osaki usou como exemplo o cloreto de potássio, que teve uma explosão de preços no ano passado, após o início da guerra da Ucrânia, mas viu seu valor “derreter” neste ano.