A adoção de tecnologias avançadas tem se mostrado essencial para impulsionar a eficiência e a produtividade no atual cenário do agronegócio.
O sistema ERP (Enterprise Resource Planning, em inglês) e o planejamento de produção (PCP) estão entre as ferramentas que ganham destaque na área.
Essas soluções têm o potencial de transformar a forma como as empresas agrícolas operam, gerenciando recursos, otimizando processos e maximizando os resultados.
Segundo especialistas do setor, a implementação de um sistema ERP, combinada com um PCP estratégico, pode trazer inúmeros benefícios para o agronegócio.
Um dos principais ganhos está na gestão integrada de todas as áreas da empresa, como compras, estoque, produção, logística e financeiro.
Com um sistema eficiente, é possível centralizar todas as informações e operações, permitindo um melhor controle e acompanhamento dos processos.
Além disso, com a integração de dados e a análise de informações em tempo real, é possível tomar decisões mais embasadas e assertivas em relação a cultivo, colheita, armazenamento e distribuição dos produtos agrícolas.
Isso resulta em uma otimização dos recursos disponíveis, redução de desperdícios e um aumento na eficiência geral da cadeia produtiva.
Avanço tecnológico
No contexto da agricultura 4.0 – marcada pela automação, conectividade e geração de dados –, a digitalização do trabalho no campo incorporou tecnologias como a internet das coisas (IoT), inteligência artificial, robótica e big data, entre outras ferramentas.
Todas elas com o objetivo de oferecer maior eficiência, produtividade e redução de custos nas atividades agrícolas.
O avanço tecnológico do campo trouxe a agricultura digital, que utiliza dados coletados para aprimorar a gestão agrícola.
8É nesse contexto que se destaca a importância do sistema ERP e do planejamento de produção, que desempenham papéis fundamentais no aprimoramento do gerenciamento e na otimização dos processos no agronegócio.
ERP e do PCP no Agronegócio
Como, na prática, a implementação de um sistema ERP no agronegócio oferece uma gestão integrada de todas as áreas da empresa, ele centraliza informações e operações, permitindo um acompanhamento preciso e em tempo real de todos os processos agrícolas.
O assunto é debatido em diversos portais especializados no assunto.
O recurso possibilita uma visão abrangente das operações, identificação de gargalos, otimização de recursos e uma tomada de decisão mais ágil e embasada em dados concretos.
Por exemplo, o sistema pode ajudar na rastreabilidade dos produtos, facilitando a identificação de lotes específicos, fornecendo informações sobre origem, uso de insumos e práticas sustentáveis.
Já o planejamento de produção agrícola é uma estratégia que envolve o estabelecimento de metas, definição de culturas e variedades a serem plantadas, além da alocação de recursos e da programação das atividades ao longo do ciclo produtivo.
Com base em informações coletadas e análises de dados, como históricos de safras anteriores, condições climáticas, demanda do mercado e disponibilidade de recursos, é possível criar um plano de produção detalhado.
Estão inclusas decisões sobre o momento ideal de plantio, manejo adequado, práticas de irrigação, uso de defensivos e fertilizantes, colheita e armazenamento.
Assim, o PCP permite uma gestão mais eficiente dos recursos, otimização do uso de máquinas e equipamentos, redução de desperdícios e uma melhor adaptação às flutuações de mercado.
Gerenciamento de recurso hídrico ganha especial relevância
Outro exemplo prático, muito citado, da utilização do sistema ERP e do planejamento de produção agrícola é a otimização do uso de recursos hídricos.
Com o ERP, é possível monitorar e controlar de forma mais precisa a irrigação das culturas, levando em consideração fatores como a umidade do solo, condições climáticas e demanda hídrica de cada planta.
Dessa forma, desperdícios são evitados, garantindo que as plantas recebam a quantidade adequada de água.
Com o planejamento de produção, o gerenciamento estratégico da irrigação também desempenha um papel crucial.
Ao considerar as características de cada cultura, as necessidades hídricas em diferentes estágios de crescimento e a disponibilidade de água, é possível estabelecer um cronograma de irrigação eficiente.
Essa dinâmica permite economizar água, evitar problemas de estresse hídrico nas plantas e garantir um crescimento saudável e produtivo das culturas.
A importância do setor agrícola para a economia brasileira
De acordo com cálculos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o agronegócio representou 25% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022, uma queda em relação aos 27% registrados em 2021.
No entanto, especialistas projetam um retorno ao crescimento nos próximos anos, impulsionado por mudanças no cenário nacional e internacional.
Ao longo das últimas quatro décadas, o agronegócio brasileiro passou por transformações e investimentos que o tornaram um dos pilares da economia e do desenvolvimento do país.
Além de seu impacto interno, o setor conquistou destaque na produção agropecuária brasileira no cenário global, consolidando o Brasil como um dos principais players na produção e exportação de alimentos.
Para ilustrar esse crescimento, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) aponta que, em 1977, o país produzia cerca de 46 milhões de toneladas de grãos.
Em contraste, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma produção de mais de 300 milhões de toneladas de grãos somente na safra 2022/23.
Isso significa que, ao longo desses 40 anos, a produção de grãos no Brasil aumentou em mais de 500%.
No mesmo período, produtos agropecuários como frango, leite e frutas também apresentaram crescimento significativo.
Esses dados não apenas reforçam a posição do Brasil no ranking mundial de produção de alimentos, mas também ressaltam a importância de investir em conhecimento, inovação e tecnologia no campo como solução para superar desafios e aumentar a produtividade do setor agrícola.
