A pesquisa sobre agroindústria da FGV Agro revela que, em agosto, a produção agroindustrial contraiu 0,7% frente ao mesmo mês de 2023, após dois meses consecutivos de fortes altas interanuais.
Essa redução da produção foi puxada pela queda do segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas (-2,2%), uma vez que o segmento de Produtos Não-Alimentícios registrou uma expansão de 1,2%.
Contudo, mesmo com a contração em agosto e a desaceleração verificada nos últimos meses (causada, sobretudo, por uma base larga de comparação observada a partir do final do primeiro semestre do ano passado), a agroindústria acumula uma expansão de 2,7% no ano.
Mesmo com a atual perda de ritmo de crescimento, a produção agroindustrial deverá fechar o ano com expansão maior do que a verificada no ano passado, que foi de 0,7%. No entanto, diferentemente do que ocorreu em 2023, dessa vez o segmento de Produtos Não-Alimentícios é quem vai liderar o crescimento.
Melhor desde 2010
O aumento acumulado (2,7%) nos oito primeiros meses do ano é o maior desde 2010 – ou seja, melhor desempenho dos últimos 14 anos. No entanto, o índice é menos intenso do que o apresentado pela Indústria de Transformação (3,2%). A alta em 2024 (até agosto) foi derivada tanto do segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas quanto do de Produtos Não-Alimentícios, uma vez que acumulam uma expansão de, respectivamente, 3,4% e 1,9%.
Dentro dos segmentos, o crescimento é quase generalizado, sendo que os únicos setores que estão em campo negativo são os de Alimentos de Origem Vegetal (-0,7%), de Insumos Agropecuários (-6,6%) e o de Fumo (-3,5%).
O subsetor de alimentos de origem vegetal, até julho, acumulava uma variação positiva na sua produção. Essa situação se modificou em agosto, quando passou a acumular uma contração. A redução da produção de arroz, de conservas e sucos, de óleos e gorduras e de café explicam a queda da produção do subsetor de alimentos de origem vegetal no ano.
O setor de Insumos Agropecuários vem demonstrando maior dificuldade ao longo do ano, causada pela maior cautela dos produtores em relação aos preparativos para safra 2024/25 e aprofundada pela tragédia climática no Rio Grande do Sul. Porém, nos últimos três meses, o setor vem diminuindo suas perdas.
O setor de Fumo também sofre as consequências das enchentes no estado gaúcho e, desde maio, observa-se um aumento das perdas do setor, considerando o acumulado no ano.
Até abril (antes da tragédia climática), o crescimento acumulado no ano do setor de Fumo era de 13,5%. Em junho, o setor passou a acumular uma contração de 0,8% e, em julho e agosto, as perdas aumentaram ainda mais, alcançando, no último mês, uma contração de 3,5%.