Superar os obstáculos da diversidade exige um trabalho contínuo de conscientização, educação e transformação cultural, para que, no ambiente profissional, a equidade de gênero possa, de fato, ser uma realidade e impulsione a inovação e produtividade.
As competências, a dedicação, o empenho e o merecimento a partir dos feitos individuais são parâmetros que devem servir a todos.
No entanto, precisamos ser justos quanto às oportunidades que são dadas, para que todos possam se sentir seguros em qualquer ambiente de trabalho e que estejam certos de que terão o mesmo respeito e credibilidade.
E será que já estamos caminhando nesse sentido?
Quando falamos em representatividade feminina, certamente a força de trabalho do agronegócio destaca-se por ainda ser uma área com maior participação masculina e que pode ter mais iniciativas de inclusão.
Apesar disso, é certo que dia a dia vemos as mulheres ocupando mais funções operacionais e de liderança.
Inclusive, há estudos que mostram que as respostas das mulheres às mudanças climáticas estão associadas a uma melhor governança de recursos e conservação ambiental, e que a relação entre diversidade e a probabilidade de desempenho financeiro superior ganhou força ao longo dos anos (McKinsey).
Fortalecer o papel feminino no agro é garantir um setor mais eficiente, sustentável e inovador.
A pecuária no Brasil é um mercado bastante dinâmico, e as empresas e os modelos de negócios devem acompanhar a transformação cultural desse setor, impulsionando a construção de um futuro mais justo e inclusivo, que se apoia no poder da educação, da diversidade, da equidade e da inclusão.
A força feminina do time de Ruminantes na MSD Saúde Animal, por exemplo, o qual lidero, é próxima a 20%, e essa representatividade pode ser maior, assim como em todo o mercado agropecuário, apesar dos avanços já conquistados.
E, como uma mulher à frente de um time, posso dizer que a base sólida da companhia em que se atua faz toda diferença para mostrarmos nossa capacidade integral e nosso conhecimento no setor, assim como suas iniciativas, que auxiliam a superar vieses inconscientes, pelos quais reproduzimos comportamentos e falas que limitam a participação da mulher em determinadas atividades.
Nesse contexto, tenho orgulho em exaltar o projeto Mulherada da Pecuária, que dá voz ao protagonismo feminino e incentiva a participação das mulheres no setor.
É uma força que se espalha Brasil afora, impactando diversas pessoas, e acredito no poder da ação e da troca de conhecimento para chegarmos ainda mais longe em diversos aspectos.
Por meio dessa iniciativa, promovemos encontros entre as líderes de empresas, fazendas e pesquisadoras para discutir a transformação de mercado e, principalmente, a mudança de mentalidade da área.
*Artigo escrito por Laura Villarreal, médica-veterinária, com mestrado e doutorado com foco em Patologia pela Universidade de São Paulo (USP), diretora da unidade de negócios de Ruminantes da MSD Saúde Animal no Brasil desde janeiro de 2022.
