A Coopercitrus – Cooperativa de Produtores Rurais com sede em Bebedouro-SP – espera encerrar 2024 com um crescimento de 10% no faturamento na comparação com o ano passado – quando o montante atingiu R$ 8,1 bilhões.
Segundo o CEO da instituição, Fernando Degobbi, o avanço se deve a dois fatores principais: o ganho de participação dos cooperados no mercado, que se refletiu em incremento na venda de máquinas e insumos, e a diversidade de munícipios em que está presente.
Fundada em 14 de maio de 1976, caminhando para meio século de trajetória – a ser completado em 2026 –, a cooperativa conta com mais de 40 mil cooperados e tem unidades de negócios em mais de 70 localidades, nos estados de São Paulo, Minas, Goiás e Mato Grosso – onde a cooperativa chegou há um ano, em Primavera do Leste, com a inauguração do Campo Digital, ecossistema que oferece equipamentos de irrigação e agricultura de precisão, além de oficina de drones.
Degobbi explica que a expansão física faz com que a cooperativa esteja cada vez mais perto de quem produz, o que é convertido em resultados. As vendas relacionadas a irrigação devem fechar o ano com salto de 30%. Já as de implementos, 15%. No caso dos drones de pulverização, em que a Coopercitrus foi pioneira no Brasil, serão mais de 500 unidades comercializadas por duas revendas – para 2025, a previsão é inaugurar mais quatro.
Maior produtividade, menor impacto
Composta, em sua maioria, por pequenos e médios produtores rurais e agroindústrias familiares – que respondem por 70% da carteira -, a Coopercitrus também está, segundo Degobbi, na vanguarda da sustentabilidade.
A parceria com uma plataforma para auxiliar os produtores na elaboração do Cadastro Ambiental Rural (CAR) revelou que, em 22 mil propriedades avaliadas, havia um saldo de vegetação de 240 mil hectares a mais do que a legislação exige. “Isso demonstra que eles estão preocupados em aliar à produção um menor impacto ambiental”.
O projeto Olhos D’água, que começou em 2019 por meio de uma parceria com a Nortox, já recuperou mais de mil nascentes – entre elas, oito que possibilitaram a construção de represas para irrigação de lavouras.
Por causa de iniciativas como essas, a cooperativa foi indicada pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) como modelo de práticas sustentáveis. “A Coopercitrus se dispõe a ir mundo afora para levar casos reais de redução de impactos, da regeneração de nascentes a sequestro de carbono, mostrando que é possível aliar com rentabilidade”, afirma o CEO.
Prova disso é que a cooperativa tem participado dos mais relevantes debates internacionais – como a COP29, no Azerbaijão, para a qual enviou representante E, em campo, ouve as demandas e investe recursos e tempo para apoiar os cooperados em aspectos como melhoria das condições do solo, controle biológico, atualização sobre as mais recentes tecnologias disponíveis, como aplicação de sementes a taxa variável, entre outros aspectos. “Com isso, eles têm conseguido colocar até 15% mais de plantas na mesma área, reduzindo as manobras operacionais e, consequentemente, o consumo de combustível, por exemplo”, declara Degobbi.
Na pecuária, o manejo do Boi China – assim chamado o animal abatido antes de completar 30 meses de idade – atende às expectativas do mercado externo, entre outros motivos, por reduzir em até 28 vezes o índice de gás metano – que influencia o aquecimento global – por quilo de carne produzida.
“Temos um setor muito dinâmico e desafiador e 2024 também foi muito desafiador. Mas com uma equipe engajada e atuação diversificada, temos crescido e levado aos nossos cooperados um modelo vencedor, com ganhos na produtividade e no meio ambiente”, conclui o CEO.
Revista Agro World
Esta reportagem é um dos destaques da 3ª edição da Agro World, lançada no último dia 5 de dezembro, durante cerimônia de premiação dos Líderes do Agronegócio 2024, no Palácio Tangará, em São Paulo.
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