Brasil é destaque na América Latina por investimentos em agtechs

O país ocupa a liderança na região, com 73% dos investimentos captados, segundo pesquisa da consultoria Liga Ventures

O Brasil é o pais da América Latina que mais investe nas agtechs – startups que desenvolvem soluções tecnológicas inovadoras voltadas ao agronegócio.

A informação é de um estudo da Liga Ventures, consultoria para inovação e transformação baseada em tecnologia. O levantamento mostrou que 73% do montante captado por agtechs nos países latino-americanos, entre janeiro e setembro de 2024, foi direcionado ao Brasil: um total de R$ 699 milhões.

Apesar de o segmento em todo a América Latina ter apresentado leve queda em relação ao mesmo período do ano passado, de 16% – R$ 955 milhões contra R$ 1,142 bilhão –, a expectativa é terminar o ano em crescimento.

Outro dado se refere ao valor captado em cada fase das startups: houve um aumento de 8% no investimento em startups early stage – que estão no início de suas atividades –, comparando os três primeiros trimestres de 2024 com o mesmo período em 2023. No mid stage, foi registrada uma queda de 25%, enquanto, nas rodadas de estágio mais avançado, o número ficou praticamente igual, com uma leve diminuição de 2%.

Quem captou mais?

O estudo lista também as categorias que mais captaram em 2024. Das cinco que mais levantaram fundos, duas foram impulsionadas por aportes acima de R$ 100 milhões: a de nutrição de plantas, que captou, ao todo, R$ 328 milhões, e a de serviços financeiros (R$ 225 milhões). Em seguida, proteínas e bebidas alternativas (R$ 53 milhões), comercialização de produtos agropecuários (R$ 50 milhões) e biotecnologia (R$ 49 milhões).

“O segmento de agtechs mudou de patamar. Diferente de outros mercados que tiveram um grande pico de investimentos em startups no ano de 2021 e uma queda muito grande em 2022, o mercado de soluções para o agro nos últimos anos vem mantendo uma média quatro vezes maior do que acontecia nos anos de 2019 e 2020”, afirma Daniel Grossi, co-fundador da Liga Ventures. “O que esperamos ver agora, com o amadurecimento do ecossistema, é um crescimento nas aquisições e na liquidez para startups do segmento”.

O relatório analisa também o número de M&As – sigla que, em português, significa “fusões e aquisições” – em comparação com os anos anteriores. Em 2023, o mercado alcançou o seu ápice de aquisições no segmento de agronegócio nos últimos anos, com quatro negócios registrados, contra apenas dois em 2024 até o começo de outubro. VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) e geoprocessamento, serviços financeiros, e proteínas e bebidas alternativas foram os principais alvos de fusões e aquisições entre 2018 e 2024 até o momento.

Para realizar o estudo, foram utilizados dados da ferramenta Startup Scanner, plataforma criada pela Liga Ventures que identifica e acompanha a evolução de startups do Brasil e América Latina para que grandes empresas, pesquisadores e empreendedores possam entender as movimentações do mercado e encontrar oportunidades de negócios sinérgicos à sua atuação.

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