Eliane Amoroso Galvão Scaramuzza, de 75 anos, de Novo Horizonte (SP), é a terceira geração que administra uma propriedade de 5 mil hectares, em que cultiva cana-de-açúcar, soja, e também atua com seringueiras e pecuária.
Há 20 anos, ela lidera o negócio familiar que tem mais de um século. Pensando em preparar a transição da propriedade para a próxima geração, ao lado da filha Luciana Galvão Scaramuzza, estão integrando a terceira turma da Academia de Sucessão no Agronegócio.
A iniciativa da Corteva Agriscience, em parceria com a Organização das Associações de Produtores de Cana do Brasil (ORPLANA) e a FIA Business School, tem o propósito de contribuir para a capacitação das famílias empresárias do setor de cana-de-açúcar, auxiliando-os no processo de sucessão familiar.
Durante a capacitação, que neste ano integrou os atuais administradores da propriedade, além dos futuros sucessores, os participantes de diversos estados produtores de cana-de-açúcar, durante cinco meses terão encontros presenciais e online para aprenderem conceitos e práticas de governança e sucessão, longevidade dos empreendimentos familiares, além de abordagem prática e direcionada ao momento que a família vive na transição.
Preparando para passar o bastão para as próximas gerações
Ao lado da mãe, Luciana Galvão Scaramuzza, de 47 anos, administradora de empresas, está integrando a terceira turma da iniciativa. “Estamos no projeto para que as próximas gerações da nossa família não sofram as dores que estamos passando na administração da propriedade. Estamos em processo de inventário e vimos a necessidade do processo sucessório só após passarmos por esse momento. Além disso, a ação preserva e desenvolve o agronegócio brasileiro”, comenta.
Segundo Luciana, a Academia de Sucessão no Agronegócio vai se somar à experiência de anos da geração anterior com a sua vida profissional para poder administrar a propriedade futuramente. “Não tenho filhos, mas tenho sobrinhos e penso em tocar o negócio da família visando a sua longevidade através das próximas gerações”, diz.
A união faz a força
“Se unir a ORPLANA e a FIA para promover mais uma edição da Academia de Sucessão no Agronegócio é ter a certeza de que estamos contribuindo para um futuro mais sustentável e ajudando também na formação de uma nova geração de líderes, conectada ao desafio de sucessão familiar do setor canavieiro. Além de trazer, neste ano, pela primeira vez os atuais administradores, para eles já verem e aprenderem sobre os processos de sucessão. Serão trocas entre todos, para que, juntos possam construir suas trajetórias e de suas famílias, dando segmento a um negócio que foi iniciado há décadas e deve seguir crescendo”, celebra Redson Vieira, Líder Comercial da Linha Cana da Corteva.
Para José Guilherme Nogueira, CEO da ORPLANA, o assunto sucessão é estratégico e prioritário, já que a característica etária das fazendas de cana-de-açúcar, bem como a estrutura de empresas, demanda um olhar atento e direto ao produtor e seus possíveis sucessores.
“As mudanças que fizemos junto à Corteva e à FIA Business School foi de olhar a sucessão e ter um resultado de um planejamento eficiente feito com cautela e antecedência para evitar conflitos e despreparo. A estrutura de empresa rural familiar é muito comum no Brasil. Para evitar danos patrimoniais e emocionais na hora de transferir a gestão para as próximas gerações é fundamental desenvolver um plano para a sucessão familiar adequado ao modelo de negócios da organização. Nessa hora, acompanhar essas famílias faz toda diferença”.
O Professor Cláudio Pinheiro Machado Filho, coordenador do Programa de Agronegócios (PENSA) da FIA Business School destaca a importância da Governança para o encaminhamento do processo sucessório.
“Herdeiros de um negócio familiar ‘não se escolheram como sócios’. A boa governança permite criar um ambiente para que o processo decisório estratégico seja transparente e consensuado, com base no alinhamento de interesses entre as diferentes partes envolvidas. Esta é a base para que o processo sucessório do patrimônio e da gestão do negócio possam ser desenvolvidos de forma harmônica, com vistas a preservar o legado e criar valor sustentável para a família empresária”, aponta.