Levantamento realizado pela DATAGRO Grãos mostra que, até o dia 4 de agosto, a comercialização brasileira da safra 2022/23 de soja atingiu 73,9% da produção esperada, abaixo dos 79,9% de igual período do ano passado, dos 94,3% do recorde da safra 2019/20 e da média dos últimos cinco anos, de 84,5%.
O avanço mensal foi de 7,8 pontos percentuais, acima dos 7,5 p.p. registrados no mês anterior e dos 4,2 p.p. da média normal. “Esse bom fluxo de negócios estava na nossa expectativa, e foi resposta ao bom aquecimento dos preços durante o último mês”, observa Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da DATAGRO Grãos.
“Sem contar também com a necessidade de cumprir compromissos financeiros e abrir espaço para a entrada do milho de inverno”, complementa.
Porém, em geral, desde o início da temporada, os sojicultores apresentam uma postura mais defensiva devido ao declínio dos preços, custos de produção elevados, insegurança sobre o padrão de clima em ano de La Niña e incertezas políticas e econômicas com o novo governo.
Considerando a estimativa atualizada de produção de 157,07 milhões de toneladas, os produtores brasileiros negociaram, até a data analisada, 116,14 mi de t de soja.
Em igual período do ano passado, esse volume de produção negociado estava relativamente maior, mas menor em termos absolutos, chegando a 104,3 mi de t.
Safra 2023/24
As negociações da safra 2023/24 também mostraram melhor avanço no período analisado. O levantamento da DATAGRO Grãos aponta para 14,1% da expectativa de produção compromissada, avanço mensal de 4,7 p.p., acima dos 1,5 p.p. em semelhante época do ano passado e dos 2,5 p.p. da média plurianual.
Apesar do bom incremento, o ritmo permanece aquém dos 14,9% compromissados em 2022, dos 41,6% do recorde da safra 2020/21 e da média plurianual, de 22,8%.
(Fonte: Datagro)